Até primeiro semestre de 2022, o Banco Central do Brasil deve implementar o sistema de Open Banking e Open Finance no país, de acordo com o seu calendário oficial.
O processo iniciou no ano passado, mas teve seu prazo dilatado devido à pandemia do coronavírus. Segundo o chefe do departamento de regulação do Banco Central, João André Pereira, o Open Banking será uma transformação de conceito na arquitetura financeira do país, impactando diretamente a vida dos brasileiros em um médio e longo prazo.
A transformação esperada é tamanha, que a comparação feita por Pereira é de que o Open Banking impactará a sociedade tal qual a chegada da internet.
“Nós costumamos fazer um paralelo com a internet. Quando ela foi criada, na década de 90, ninguém sabia bem o que era. As mudanças vieram depois, com os aplicativos, ferramentas e tudo que foi construído em cima da rede de conexão. O mesmo vale para o Open Banking. Com base na estrutura que está sendo regulamentada, o mercado vai começar a montar diversos “bloquinhos”. Isso só será possível porque teremos grandes bancos, fintechs, instituições de pagamentos e várias outras empresas do sistema financeiro dentro de um mesmo ambiente padronizado”, disse Pereira, em entrevista à Exame.
Mas quando e como a implementação dessa nova formatação do mercado será feita?
Implementação do Open Banking no Brasil – veja o calendário:
1ª Fase – até 01/02: cadastro das instituições participantes, com catálogo inicial de canais de atendimento, produtos e serviços relacionados a contas e operações de crédito.
Nessa fase, o público poderá conhecer os participantes e comparar os seus produtos e serviços oferecidos. Instituições Financeiras e Banco Central alinham sobre integrações de sistemas.
2ª Fase – após 13/08: inicia o compartilhamento de informações de cadastro e transações bancárias diretas (crédito e conta corrente) entre diferentes Instituições Financeiras.
É aqui que começa na prática o uso do open banking por parte dos usuários. Por exemplo: uma pessoa toma crédito em um “Banco A”, porém movimenta o seu dinheiro no “Banco B” – ela poderá permitir que o Banco A debitar o valor da parcela diretamente no Banco B.
Essa possibilidade de conexão entre diferentes sistemas cria uma nova categoria dentro do ecossistema financeiro, onde empresas intermediárias poderão atuar com os produtos de outras instituições.
Além disso, cria-se um ambiente de competição entre melhores ofertas, melhor experiência do usuário, atendimento, entre outros efeitos diretos.
3ª Fase – após 30/08: começa o compartilhamento do serviço de iniciação de transação de pagamento entre instituições participantes; contudo, agora essa fase será feita por etapas.
Em 2021, apenas as transações via PIX estarão disponíveis. Transações por outros meios de pagamentos como TEDs, boletos e débito em conta só acontecerão em 2022. Foi também adiada para 30 de Março de 2022 a implementação do serviço de encaminhamento de propostas de operação de crédito por correspondentes digitais.
4ª fase – após 15/12: completo estabelecimento do open finance, com a expansão do escopo de dados para abranger, entre outros, operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar aberta. Entretanto, no ano de 2021 ocorrerá apenas a oferta de informações das intituições financeiras, pois os clientes dessas instituições só poderão compartilhar as informações com outras instituições a partir de 31 de Maio de 2022.
“Até a terceira fase, o open banking brasileiro é muito similar ao australiano e canadense, que são os mais abrangentes. Mas na quarta fase, o open banking brasileiro vai para outro nível – tudo que falarmos de transações dentro do mercado financeiro poderão ser compartilhadas”, explica João Boos, Head de Comercial e Expansão da Franq.
A entrada por completo do Open Banking no Brasil traz uma nova oportunidade para profissionais bancários com experiência, provendo a eles liberdade para realizar uma curadoria de produtos para seus clientes.
“O impacto do Personal Banker é extremamente positivo quando ele se posiciona enquanto um conselheiro, um especialista no mercado financeiro, que vai ajudar o cliente a acessar os melhores produtos disponíveis. Profissionais experientes, com boa índole, serão essenciais no processo de curadoria das ofertas. Apesar da digitalização, o toque humano será o diferencial”, reforça Boos.
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