Após novo encontro encerrado nesta quarta-feira (05), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano. A decisão conserva a taxa básica de juros no mesmo patamar pela terceira reunião consecutiva.
Em nota, o Copom indica que “ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos” e cita crescimento moderado da atividade econômica interna como contexto da decisão.
O movimento já era previsto por especialistas de mercado e a previsão é de que haja um ciclo de cortes da Selic a partir de 2026. O Copom tem ainda uma última reunião prevista para dezembro.
Histórico recente da taxa Selic
Veja no gráfico a seguir o histórico da taxa Selic nas últimas 16 reuniões do Copom.

Selic e o cenário para os bancários autônomos
O momento coloca os bancários autônomos em um lugar estratégico dentro do panorama. Considerando um patamar ainda elevado da taxa, os profissionais têm impacto relevante no momento da decisão de tomada de crédito dos clientes.
“O mercado reage bem à previsibilidade, principalmente nos setores de crédito e consumo. Isso abre espaço para que profissionais preparados aproveitem o momento para orientar com ainda mais assertividade”, afirma Felipe Giroleti, Vice-presidente de Produtos e Parcerias da Franq.
“Em um momento de juros elevados e cautela no mercado, o Personal Banker tem uma grande oportunidade de se destacar como referência. É ele quem está na linha de frente, ajudando o cliente a entender o cenário, comparar alternativas e tomar decisões financeiras mais seguras”, complementa.
A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 09 e 10 de dezembro.
Nota do Copom
O ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores segue apresentando, conforme esperado, trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica, mas o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes apresentaram algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação.
As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,5% e 4,2%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,3% no cenário de referência (Tabela 1).
Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação; (ii) uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e (iii) uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários.
O Comitê segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos EUA ao Brasil, e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza. O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.
O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.



