Copom mantém Selic em 15% em última reunião de 2025

Manutenção da Selic em 15% a.a era esperada por especialistas de mercado e a expectativa agora é para um ciclo de cortes em 2026. Confira!

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou uma nova manutenção da taxa Selic em 15% ao ano. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira, 10 de dezembro, após a última reunião do órgão para decidir o patamar da taxa básica de juros.

A decisão mantém o nível da taxa Selic pela quarta reunião consecutiva e cumpre as projeções de especialistas de mercado. A expectativa é de que um ciclo de quedas comece no primeiro trimestre de 2026.

A próxima reunião do Copom acontece em 27 e 28 de janeiro.

Histórico recente da taxa Selic

Confira no gráfico o histórico da taxa Selic nos últimos anos.

grafico taxa selic atualizado em dezembro de 2025

Cenário da Taxa Selic e os Personal Bankers

Para Felipe Giroleti, Vice-Presidente de Produtos e Parcerias da Franq, apesar da nova manutenção da taxa no patamar de 15%, o cenário agora é otimista para o próximo ano, considerando a expectativa de cortes ainda no primeiro trimestre.

“Já temos visto junto aos nossos parceiros alguns movimentos, como ajustes de taxa e redução, inclusive em produtos mais sensíveis, como crédito imobiliário, por exemplo. Por trás disso, existe uma confiança de que o ciclo de cortes deve começar em breve”, explica. “Tínhamos taxas mais próximas dos 13% ao ano e agora sendo alteradas para mais próximo dos 12% ao ano. Isso é uma grande novidade para impulsionar os negócios”, completa.

Giroleti também ressalta a importância do bancário autônomo estar perto do cliente para auxiliar na visualização do cenário, independentemente do contexto de mercado. “O Personal Banker próximo ao cliente e ajudando a priorizar os projetos essenciais do momento desempenha um papel fundamental”.

Veja aqui o calendário de reuniões do Copom em 2026.

Nota do Copom

“​O ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores segue apresentando, conforme esperado, trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica, como observado na última divulgação do PIB, enquanto o mercado de trabalho mostra resiliência. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes seguiram apresentando algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação.

As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,4% e 4,2%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,2% no cenário de referência (Tabela 1).

Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação; (ii) uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e (iii) uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários.

O Comitê segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos EUA ao Brasil, e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza. O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.

O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.”