A tecnologia chegou ao mercado financeiro e as mudanças têm sido inevitáveis. Entenda o conceito de Open Banking no artigo e prepare-se para o futuro!
Você já deve ter percebido que as instituições financeiras têm ficado cada vez mais modernas. Aplicativos para smartphone, chatbots (programas de resposta automática que se utilizam de Inteligência Artificial) e canais de atendimento 100% digitais já estão à disposição de milhões de brasileiros. E é nesse contexto que o Open Banking vem se mostrando como o futuro do mercado financeiro.
Esse novo conceito, que já foi posto em prática no Reino Unido, trata o uso de dados como inevitável para o crescimento do mercado financeiro. Porém, acredita que eles são de propriedade do cliente, não do banco com o qual ele tem vínculo.
Neste artigo, você vai entender melhor como isso funciona na prática. Continue lendo e prepare-se para as mudanças que ocorrerão em um futuro próximo.
O que é Open Banking?
Na tradução literal, significa “banco aberto”. Mas é na prática que podemos perceber o que isso realmente significa. O Open Banking propõe que se amplie o leque de opções de produtos financeiros aos consumidores, o que estimularia a concorrência e abriria a competição em um setor conhecido por ser bastante fechado.
Para que você entenda melhor o que o Open Banking faz, imagine o seguinte: há anos, você possui um relacionamento com um banco. Foi nele onde solicitou empréstimos, recebeu salários e outros dividendos e pagou suas contas. No decorrer desse tempo, um histórico da sua vida financeira foi construído. Mas apenas o seu banco tem alcance a ele.
Por conta do relacionamento, você tem acesso a negociações especiais e a determinados produtos. Entretanto, se decidir migrar para outra instituição, terá que reconstruir todo o seu perfil. O que o Open Banking propõe é que o cliente tenha liberdade para migrar seus dados financeiros para onde quiser, sem precisar voltar à estaca zero quando decidir mudar de banco.
Como isso acontece?
Para que o cliente possa migrar seus dados, é necessário que todo o mercado financeiro fale a mesma língua: a da tecnologia. O Open Banking precisa que exista uma camada de tecnologia que seja única a todas as instituições, sejam elas tradicionais ou fintechs. Os dados estariam nesse nível comum e o cliente, e apenas ele, pode autorizar o acesso às informações.
Esse é um ponto que vale a pena ressaltarmos: a circulação dos dados é explicitamente autorizada pelo consumidor. Falamos isso porque sabemos que muitos mitos rondam a integração entre tecnologia e mercado financeiro. O Open Banking propõe atuar em um ambiente 100% seguro, transparente e fomentar competitividade dos produtos e soluções financeiras.
Qual o impacto que o Open Banking trará para o setor?
Você pode imaginar que nem todo mundo aceita bem a ideia desse compartilhamento de dados. De fato, alguns grandes bancos mostram uma certa resistência em ceder os históricos de seus clientes para empresas menores, como as fintechs. Mas nem todo mundo pensa assim: algumas das maiores instituições já vêm pensando em como se adaptar a esse novo modelo, que se mostra inevitável no mercado brasileiro.
Com o cliente podendo escolher para onde migrar os seus dados, a competitividade também será maior. Em um ambiente no qual o consumidor consegue colocar lado a lado os produtos e propostas de uma instituição tradicional e uma fintech, os primeiros precisarão rever o posicionamento para poder bater de frente com essas novas empresas ― que, por serem menores e totalmente digitais, conseguem oferecer condições e serviços com valores mais atrativos.
Mercado financeiro 4.0: o que o futuro reserva para as instituições bancárias?
Porém, não dá para negar que as instituições bancárias têm investido na digitalização dos seus serviços. Uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em parceria com a empresa de auditoria e consultoria empresarial Deloitte, mostrou que, em 2019, a movimentação financeira via celular cresceu 80% em relação ao ano anterior. Também foi revelado que 60% de todas as transações realizadas no Brasil já utilizam os canais digitais.
Mas será que disponibilizar acesso a serviços e contratações de produtos via smartphone basta? O mesmo levantamento da Febraban aponta que não. O documento também mostra quais as principais tendências para o mercado financeiro 4.0. Confira abaixo:
Transformação digital
Abraçar a ideia da tecnologia vai muito além de disponibilizar acesso remoto dos clientes às suas contas. Como já falamos, muitas instituições financeiras já estão encarando a transformação digital como uma mudança abrangente e de longo prazo. É preciso remodelar negócios e repensar um novo modelo operacional.
Ecossistema colaborativo
Com o Open Banking se mostrando uma realidade cada vez mais plausível, é possível que vejamos grandes concorrentes trabalhando juntos para oferecer boas oportunidades aos clientes. Firmar parcerias parece ser uma tendência para um futuro próximo, no qual o cliente deterá todo o controle de uma série de negociações, podendo escolher a que mais lhe interessar ― não porque foi recomendado por algum funcionário do banco ou porque tem uma longa relação com a instituição.
Sinergia tecnológica
A colaboração será inevitável para o futuro do mercado financeiro. Com modelos de negócios baseados em dados e algoritmos, será vital que as instituições cooperem entre si no desenvolvimento de soluções capazes de operar em conjunto.
Essas são apenas algumas das tendências apontadas que vêm ao encontro da ideia central do Open Banking. A mudança é inevitável e uma cultura de dados só pode ser mantida e gerenciada quando há liberdade, por parte do cliente, de fornecê-los a quem for do seu interesse.
Quais as vantagens do Open Banking para os consumidores?
Em primeiro lugar, liberdade. Com esse sistema, o cliente pode procurar por melhores ofertas de outras instituições ou fintechs, utilizando o histórico construído junto ao seu banco. Dessa forma, a concorrência é estimulada, o que leva a melhores ofertas.
Outra vantagem significativa é a redução de custos. Em um ambiente totalmente on-line e seguro, muitos gastos com processos intermediários podem ser cortados, resultando, mais uma vez, em ofertas mais vantajosas.
Por ora, ainda não há uma definição sobre quando o Open Banking será implementado no Brasil. Mas, com a rápida evolução da tecnologia e a necessidade de um mercado mais competitivo e transparente, você já deve se preparar para a chegada desse sistema.
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