O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu nesta quarta-feira (18) aumentar a Taxa Selic para 10,75%. Essa é a primeira vez após dois anos que o Banco Central decide aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira. O aumento de 0,25 ponto percentual já era aguardado pelos analistas do mercado financeiro e deve ajudar a controlar a inflação e outros índices econômicos do país.
Felipe Giroleti, diretor de Produtos e Parcerias da Franq, afirma que o mercado financeiro já previa a alta da Taxa Selic desde a reunião de julho e avalia com positividade a decisão do Comitê para manter a confiança e credibilidade do Banco Central.
“A alta acompanha o comportamento de inflação acima da meta. O Brasil vive hoje uma situação quase que de pleno emprego, o que traz elevação de consumo e pressão de preços. O aumento de 0,25% na Selic não deve causar impactos significativos taxas de juros das operações financeiras. Talvez a gente encontre mais dificuldade de negociação, mas as taxas praticadas pelos players estão muito parecidas com o que tinha até pouco tempo atrás. Lembrando que o mercado já precifica essa alta basicamente desde a última reunião do Copom. Porém, obviamente se a gente seguir a tendência de outras altas durante esse ano, pode ter algum tipo de precificação, principalmente pensando na curva de juros futura”, explica Giroleti.
Confira o histórico da Taxa Selic:
Para os Personal Bankers da Franq, o contexto de mudanças no cenário econômico é um ótimo momento para se aproximar dos clientes e ajudá-los a tomar decisões financeiras mais conscientes e sem prejuízos.
“Não existe profissional mais capacitado que o Personal Banker para ter essa conversa. A gente sempre orienta que o bancário autônomo esteja próximo do seu cliente, conversando com ele e passando um prognóstico do mercado financeiro. O cliente que ainda está em dúvida sobre a tomada de crédito, por exemplo, não deve encontrar um cenário mais “macio” nos próximos meses, ou seja, é provável que encontre uma taxa de juros menor neste ano” endossa o diretor de Produtos e Parcerias da Franq.
Felipe Giroleti ressalta também que é importante o Personal Banker saber desconectar a taxa de juros da atividade comercial do cliente. “Muitas vezes o cliente perde uma grande oportunidade porque está olhando muito mais o cenário macroeconômico do que o seu próprio negócio e isso não necessariamente é saudável para o negócio”.
A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 05 e 06 de novembro.
Leia a nota do Copom na íntegra:
Copom eleva a taxa Selic para 10,75% a.a.
O ambiente externo permanece desafiador, em função do momento de inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo maior do que o esperado, o que levou a uma reavaliação do hiato para o campo positivo. A inflação medida pelo IPCA cheio assim como medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,4% e 4,0%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o primeiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,5% no cenário de referência.
O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
O Comitê monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, tem impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.
O cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista. Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 10,75% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.