O presidente da república sancionou no dia 31 de outubro, a lei que institui o “Marco Legal das Garantias”. A possibilidade de usar o mesmo imóvel como garantia para mais de um empréstimo é uma das principais mudanças estabelecidas pela nova legislação, principalmente no mercado de Crédito com Garantia de Imóvel. A partir de agora, se o valor de avaliação de um imóvel comportar um novo crédito, você pode manter a dívida original e fazer uma nova alienação utilizando este mesmo imóvel como garantia.
É aí que surgem as dúvidas: Qual o maior impacto na flexibilização com estímulo ao uso do crédito? Será que pode gerar um aumento no nível de endividamento das pessoas? Ou, pode ajudar a reduzir o custo do crédito? Primeiramente, para analisar essas questões, vale lembrar de alguns pontos importantes:
Existe uma expectativa no mercado de que o Marco Legal possa destravar o crédito, incrementar o consumo e o poder de compra das famílias. E ainda pode ter um impacto em queda de juros, justamente porque potencializa a concorrência. No momento em que se traz uma garantia real para a operação, o risco de inadimplência e o custo de crédito tendem a ser menores.
Por outro lado, há um viés de preocupação quanto ao nível de endividamento das pessoas.
Pois alguns especialistas consideram que o projeto não prevê os critérios que deverão ser atendidos para assegurar a concessão responsável do crédito. No entanto, a nova legislação não altera a Lei do Comprometimento de Renda. Ou seja, o cliente continua com o limite de até 30% da renda que pode ser comprometida para o pagamento de dívidas. As instituições financeiras vão conceder crédito para quem tem capacidade de pagamento, independente se há um imóvel como garantia ou não.
Operações com garantia têm taxas de juros menores: o brasileiro é altamente endividado e continua contratando linhas de crédito com taxas de juros muito altas. Cerca de 43% da população brasileira possui dívidas, segundo o Mapa da Inadimplência do Serasa do mês de agosto. O Crédito com Garantia de Imóvel oferece taxas significativamente mais baratas do que outras modalidades de crédito e pode ser uma alternativa para mudar essa realidade. Com a aprovação do Marco Legal das Garantias, mais clientes terão acesso a crédito com juros menores e podem usar essa vantagem para reduzir a inadimplência.
A educação financeira pode ser a chave para a mudança do cenário financeiro de muitas famílias brasileiras. Se a nova legislação for sancionada, muitas pessoas poderão usar a flexibilização da garantia de imóvel de forma inteligente, para “trocar de dívidas”. Na prática, o cliente poderá solicitar um empréstimo com garantia de imóvel, que tem taxas menores, para quitar as dívidas com juros mais altos e assim reduzir o nível de endividamento. Esse tipo de atitude pode diminuir a porcentagem de renda comprometida com dívidas e melhorar a saúde financeira de muitos brasileiros.
Diante desse contexto, o atendimento consultivo, com um especialista em mercado financeiro, como um bancário autônomo, por exemplo, é ainda mais importante para entender as reais necessidades dos clientes e indicar as soluções financeiras mais adequadas.
Tradicionalmente, os clientes procuram serviços financeiros quando já estão extremamente comprometidos e sem poder de compra. Precisamos nos antecipar e mudar o pensamento prezando por consumidores mais conscientes. As soluções financeiras estão disponíveis para a população e devem ser usadas como grandes aliadas na construção de um planejamento financeiro.