Você já parou para pensar se precisa de um seguro de vida? Muitas pessoas nem gostam de pensar nesse tipo de produto financeiro, pois logo associam à morte. Mas atualmente essa modalidade de seguro pode ir muito além dos casos de morte e se tornar um importante recurso de proteção financeira para o segurado e seus beneficiários.
De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o setor de seguros cresceu mais de 12% em 2024 e, no acumulado do ano, teve receitas totais de R$435,56 bilhões.
No ano de 2022, o segmento de seguro de vida registrou crescimento de 17,8%, de acordo com dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). De acordo com Amabli Silva, especialista de Mesa de Seguros da Franq, o aumento na busca pelo serviço é um reflexo da pandemia de Covid-19.
“As pessoas passaram a perceber que não têm controle sobre tudo e que imprevistos podem surgir a qualquer momento, impactando diretamente a estabilidade financeira. Durante a pandemia, muitos ficaram impossibilitados de trabalhar por longos períodos, enfrentando dificuldades econômicas inesperadas. Além disso, o aumento expressivo no número de óbitos reforçou a necessidade de planejamento financeiro. Com isso, a busca pelo seguro de vida cresceu significativamente, pois as pessoas passaram a enxergá-lo como uma forma essencial de proteger tanto a si mesmas quanto suas famílias contra situações inesperadas”, explica Amabli.
Além disso, a especialista destaca que a pandemia acelerou a implementação de tecnologia no segmento de seguros, e reduziu a burocracia para a contratação do serviço.
“Atualmente, os seguros de vida deixaram de ser produtos padronizados e passaram a oferecer coberturas personalizadas, ajustadas às necessidades de cada cliente. Além de garantir proteção financeira em casos extremos, as novas apólices incluem benefícios em vida, como cobertura para doenças graves e diárias por afastamento do trabalho. A digitalização do setor também trouxe mais agilidade: hoje, todo o processo de contratação pode ser feito online, permitindo que o segurado aceite a proposta pelo celular, sem barreiras territoriais, tornando tudo mais rápido e acessível”.
Neste artigo nós vamos explicar todos os detalhes do seguro de vida e quais são os benefícios de adquirir esse produto para proteger o seu patrimônio financeiro.
O que é o seguro de vida
O seguro de vida é uma proteção financeira, que tem o objetivo de auxiliar o próprio segurado e os seus familiares. Antigamente, o seguro de vida tradicional era contratado apenas para casos de morte natural ou morte acidental. Nesta modalidade, se o segurado morre, os beneficiários escolhidos por ele recebem o valor da indenização.
Nos últimos anos, devido às várias mudanças na sociedade, como o maior número de pessoas solteiras e a redução da natalidade, por exemplo, os tipos de seguros também estão enfrentando transformações, aumentando as coberturas para atender melhor à demanda de diferentes perfis de segurados.
“Além da ampliação das coberturas, outro aspecto que vem transformando o mercado de seguros de vida é a forma como os produtos são estruturados e oferecidos. As seguradoras têm adotado uma abordagem mais consultiva, focada na personalização das apólices de acordo com o perfil e as necessidades de cada cliente. Esse movimento reflete a busca por soluções mais flexíveis, acompanhando as mudanças no estilo de vida e na composição familiar da sociedade atual”, elenca Amabli Silva.
Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida, FenaPrevi, durante o período de janeiro a outubro de 2024 foram pagos à população segurada R$ 13,4 bilhões em benefícios. Desse montante, 54% do total foi pago em seguro de Vida e 11% referentes ao de Acidentes Pessoais.
Como funciona o seguro de vida?
Para contratar um seguro de vida, o titular, ou seja, o segurado, deve solicitar uma simulação do seguro de acordo com o seu perfil.
Após a análise das características do cliente, a seguradora vai construir um contrato, chamado de “apólice”, com todos os detalhes do serviço, o valor da mensalidade, as coberturas e regras para pagamento da indenização.
É importante lembrar que, no caso dos seguros, os beneficiários são as pessoas escolhidas pelo segurado, sem necessidade de vínculo. Ou seja, não são necessariamente os beneficiários legais, como cônjuge ou filhos que vão receber o valor da indenização.
A Susep determina que as seguradoras devem realizar o pagamento da indenização aos beneficiários no prazo máximo de até 30 dias após o segurado ou os beneficiários acionarem o seguro. De acordo com Amabli Silva, a maioria das seguradoras entendem que o dinheiro do seguro é um recurso que precisa ter liquidez imediata e tendem a depositar o valor em poucos dias.
“Algumas seguradoras realizam o pagamento do benefício em até três dias úteis, garantindo rapidez no acesso ao valor. Isso ocorre porque o seguro de vida não entra em inventário nem em partilha, permitindo que os beneficiários utilizem o montante, inclusive, para custear o próprio processo de inventário. Enquanto algumas seguradoras adotam critérios mais rigorosos na contratação, muitas delas compensam essa exigência com maior agilidade no pagamento da indenização”, explica Amabli.
Confira a seguir as opções de coberturas mais comuns disponíveis nas seguradoras:
Morte por causas naturais e acidentais: em caso de falecimento do segurado, os beneficiários recebem o valor da indenização contratada. O pagamento pode ser único ou em formato de renda, a depender do contrato firmado com a seguradora.
Invalidez Funcional Permanente Total por Doença: essa cobertura adicional pode ser acionada quando o segurado possui quadro clínico incapacitante, que inviabiliza de forma irreversível o pleno exercício de atividades de trabalho.
Diárias por Incapacidade: cobertura adicional que permite o pagamento de diárias em caso de impossibilidade do segurado exercer sua profissão durante o período que realizar tratamento médico.
Diária por Internação Hospitalar: cobertura adicional para pagamento de indenização proporcional ao período de internação do segurado.
Doenças graves: pagamento de indenização em decorrência do diagnóstico de doenças graves especificadas em contrato.
Quanto custa o seguro de vida?
É comum associar o seguro de vida à uma necessidade de pessoas que possuem mais dinheiro, mas de acordo com Amabli Silva, são as pessoas com menos recursos financeiros que deveriam investir nesse tipo de produto.
“Muitas pessoas acreditam que o seguro de vida é algo apenas para quem tem dinheiro, mas, na verdade, ele é essencial para qualquer pessoa que tenha um planejamento de vida e queira assegurar que seus planos se concretizem, independentemente do que aconteça. Imprevistos podem afetar qualquer um, e um bom seguro permite que esse planejamento siga adiante, sem que situações inesperadas, grandes ou pequenas, comprometam a estabilidade financeira. Assim, todos podem se beneficiar de uma apólice bem estruturada”, afirma Amabli.
O custo do seguro de vida é variável, de acordo com o perfil do cliente. Cada seguradora estabelece critérios específicos para análise e definição do valor. Podem ser considerados para determinar o perfil características como a renda, despesas fixas mensais, patrimônio, dependentes, hábitos de vida, entre outros.
“Duas pessoas podem ter a mesma idade e renda, mas necessidades diferentes, e isso impacta diretamente o custo do seguro. A precificação é feita de acordo com o que cada cliente deseja proteger, considerando se os objetivos são temporários ou vitalícios, o padrão de vida que pretende manter, seu estado de saúde, os riscos aos quais está exposto e outros fatores que influenciam a análise de risco do cliente”, exemplifica Amabli.
Como contratar seguro de vida?
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