Neste início de fevereiro, completou um ano da implementação das quatro fases do Open Banking no Brasil e, posteriormente, a fase 1 do Open Finance. Ao contrário das expectativas, a execução do projeto, capitaneada pelo Banco Central, ocorreu em tempo recorde e sem impasses ou problemas graves.
Só neste primeiros 12 meses foram registradas cerca de 231 milhões de solicitações de compartilhamento de dados, número que deverá aumentar gradativamente ao longo dos próximos anos.
Para 2022, o desafio será consolidar a sua total implantação e estabilização das APIs, sigla de “Application Programming Interface” que traduzido significa “Interface de Programação de Aplicativos”, que fazem a conexão entre as instituições participantes e permitem a troca de informações entre elas de uma maneira padronizada, mediante o consentimento dos clientes. O objetivo, como todos sabemos, é aumentar a demanda de produtos e serviços financeiros, sejam criados e oferecidos aos clientes.
Com o consentimento, poderão ser compartilhadas entre as instituições participantes informações de cadastro (nome, endereço, CPF, etc), e dados de movimentação financeira (informações sobre contas e operações de crédito, como empréstimos e financiamentos).
Histórico do Open Finance
Conhecido inicialmente como Open Banking, o Open Finance representa uma expansão do novo modelo de serviço, permitindo que os clientes solicitem o compartilhamento de seus dados pessoais, com diversas instituições, não apenas bancárias, mas corretoras de seguros, de investimentos, fundos de pensão, etc.
As informações podem ser usadas para oferecer ao consumidor as melhores condições em propostas de produtos e serviços financeiros, de forma personalizada, levando em consideração o histórico do cliente.
Implementação do Open Finance
Dada a complexidade do projeto, o trabalho realizado no primeiro ano de implementação do Open Finance no Brasil ocorreu de forma tranquila, dentro do esperado pelas instituições, apenas passando por ajustes no calendário. Segundo, Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), “O Open Finance apresenta desafios enormes, principalmente com relação ao cronograma proposto. O setor bancário está contribuindo proativamente com a implantação do projeto no Brasil em um tempo recorde de implementação e com escopo maior do que o observado em outros países”, avalia.
Para Paulo Silva, CEO da Franq Open Banking, 2022 será o ano da consolidação do Open Finance como um novo modelo de aquisição de produtos e serviços financeiros, com mais comodidade e oferta para os consumidores.
“Do ponto de vista de mercado, o Open Finance abre portas para os profissionais bancários, que poderão utilizar o seu conhecimento para encontrar as melhores opções para os seus clientes nesta imensidão de ofertas para oferecer um serviço especializado.”
As fases do Open Finance
Fase 1 – 1º de fevereiro de 2021
- compartilhamento de informações sobre seus canais de atendimento;
- disponibilização das características dos produtos e serviços oferecidos que cada participante oferece.
Fase 2 – 13 de agosto de 2021
- foi implementada de forma escalonada;
- instituições começaram a iniciar as trocas de informações cadastrais dos clientes;
- troca de informações relacionadas a contas de movimentação;
- troca de informações de operações de crédito e de cartões de crédito.
Fase 3 – 29 de outubro de 2021
- cliente pode fazer pagamentos de contas e transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco;
- pagamentos via transferência por Pix;
- iniciar um pagamento ou uma transferência dentro do próprio site de vendas, sem precisar ter acesso ao aplicativo ou ao site do banco.
Fase 4 – ocorrendo em duas etapas:
- transição para o Open Finance;
- compartilhamento de informações sobre seus canais de atendimento;
- informações financeiras pessoais do usuário que envolvam câmbio, investimentos, seguros poderão ser solicitadas.
Open Finance no futuro?
A evolução do Open Finance deve atingir diversos segmentos além do mercado financeiro, abrindo portas para que outras indústrias possam atuar nele. Setores como energia, telefonia e saúde poderão incorporar seus serviços, resultando em mais opções de escolha ao consumidor.